quinta-feira, 28 de outubro de 2010

"Intérprete do Freddie Mercury Prateado na TV inova no teatro."


É difícil explicar o contexto de Minhas Sinceras Desculpas. Na peça, Eduardo representa um ator frustrado, que fala coisas sem sentido, que inclui fatos curiosos de sua vida e que também chama a atenção para a responsabilidade social. Nada lembra seus personagens que o tornaram famoso. Talvez um pouco porque o público associa a sua imagem ao que aparece na TV, mas durante sua apresentação, percebe-se que as pessoas se esquecem do Freddie Mercury Prateado, por exemplo.

O objetivo do espetáculo, segundo Eduardo, é trazer de maneira cômica, assuntos não interessantes e mostrar que hoje as pessoas pagam por qualquer coisa e abraçam qualquer ideia. "Por que hoje você precisa de um desodorante que clareia axila, sendo que antigamente não existia isso? Apenas um desodorante comum não seria o suficiente?", questiona.

O monólogo tem 1h30 de duração. Parece muito, mas não quando se junta a ele uma banda formada por músicos profissionais de alto nível que permanecem o tempo todo no palco, porém esperando a hora certa para agir. Quando o ator se mostra um pouco cansado ou sente que já falou demais, eis que entram em cena saxifonista, trompetista, baixista, guitarrista, baterista e um cantor com uma voz poderosa que espanta qualquer tédio. No repertório, Marvin Gaye. A sensação é de que se está em um pub curtindo R&B.

Quem acha que já conhece o estilo de humor de Eduardo Sterblitch, é porque ainda não o assistiu no teatro. Em entrevista ao Terra, depois do espetáculo, o ator, fã de Paulo Autran, fala sobre sua paixão pelo que faz.

O espetáculo é diferente de tudo o que você já fez na TV?
Acredito que sim, mas não é proposital, nem estratégico. É uma coisa minha, do tempo em que estudo teatro, é minha verdade. E agora estou tentando colocar em prática. Escrevo essa peça há 3 anos. E decidi incorporar a banda para diferenciar, não cansar. Se alguém não gostar do que eu faço, pelo menos a banda é muito boa (risos) e distrai. Mas eu passo a minha verdade nesse espetáculo, mesmo sendo um personagem, é sincero.

Muitos humoristas preferem seguir o estilo stand-up comedy. Por que você preferiu fugir deste segmento?
Não é que eu fugi. Mas o stand up está muito saturado. Tem gente muito boa, bem melhor do que eu que poderia estar tentando coisas novas, mas ao invés disso, preferem o confortável ao invés de arriscar. Todos os atores devem passar por experiências novas. Aqui, no palco, eu tento fazer de tudo, uma peça simples, pós-moderna, mas de uma forma popular, que envolve assuntos que não deveriam ser engraçados, mas são.

E qual é o retorno que você recebe do público com esse estilo mais dramático?
Ótimo. O mais legal é conseguir envolver as pessoas. Eu jogo com a sinceridade, pois o que tenho próximo de mim é minha verdade. Se eu falasse de outra coisa, seria mentira.

No Pânico na TV, você interpreta quatro personagens fixos diferentes: César Polvilho, Ursinho Gente Fina, Serginho do BBB10 e o Freddie Mercury Prateado. Como você se prepara para cada um deles?
Estou todo dia focado e com o objetivo de fazer um trabalho positivo para o programa. Eu quero ser funcional para o Pânico, assim como o Pânico é funcional para mim. A TV é mais descartável que o teatro, temos que bolar coisas novas a cada semana. E o programa é muito bom porque me dá liberdade para trabalhar. Eu consigo criar muito mais do que se eu trabalhasse em outro lugar. Eu fico feliz por estar em dois segmentos diferentes: o teatro, que eu amo tanto e a TV. Mas dos meus personagens, nenhum é complexo de fazer. Todos são iguais. Eu acho mais complexo o que os outros fazem.

Sendo tão versátil, alguém te chama de Eduardo?
Não. Muito difícil. As pessoas me chamam mais de Polvilho.

A imprensa divulgou recentemente que você tinha causado um mal estar na Rede TV!, que você reclama de tudo e a produção o evita. Como reagiu ao saber disso?
Fiquei muito triste, muito mesmo. Isso é mentira. Acho até engraçado porque nunca me imaginei entrar em uma polêmica com a imprensa, pensei que só a Luana Piovani entrava. A notícia foi publicada bem no dia da estreia da minha peça e a mídia preferiu dar destaque a isso, que não faço ideia de onde saiu, do que uma notícia positiva, que é a forma diferente que eu apresento o teatro. Fiquei bem chateado, mas isso não me prejudicou em nada.


Minhas Sinceras Desculpas
Dias e horários: As segundas, às 21h.
Local: Teatro Procópio Ferreira, Rua Augusta, 2.823, Cerqueira César
Capacidade: 670 lugares
Ingresso: R$ 50
Duração: 1h30 minutos
Temporada: até 13 de dezembro Link
Informações: (11) 3083-4475

http://cesarpolvilho.virgula.uol.com.br/teatro/

3 comentários:

  1. Sinceramente.... o sr. Eduardo Sterblitch me surpreendeu na entrevista que concedeu ao Jô, falando justamente sobre a peça e um pouco de sua vida. Confesso que comecei a ver com 7 pedras na mão, pela saturação dos personagens do Pânico... programa que não me agrada em pouca coisa. Muito mais versátil do que as imitações, ele se revelou como alguém que tem cacife para fazer o que faz. Espero que a peça saia da SP para conhecer melhor seu trabalho. Parabéns e "minhas sinceras desculpas" por achá-lo q ele seria mais um boçal dentro da TV. Maravilhoso engano!

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  2. Eduardo, vi ontem na bõca do sono o programa do Jô!!! Vc foi o espetáculo da noite espancando o meu sono de "velhinha" e do meu pai de 91 aninhos,nós amammos vc!!! Acredito que o Jô,nunca em sua vida aprensentou um programa tão surpreendente,vocês dois deram um show de algria e de vida!!!!Desejo-te, todo sucesso do mundo,ah! vc é um lindo moço, um verdadeiro Adonis!!!
    Beijos no coração e todo o sucesso do mundo!!!!Vilma belfort e Chateau (meu pai)www.vilmablfort.com

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  3. Gostaria de pedir para fazer uma nova apresentação no rio, pois não tive a oportunidade de ir quando teve a peça no vivo rio. Admiro mto seu trabalho, parabéns! obrigada

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