sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Hoje.


Sterblitch está em cartaz toda segunda-feira no teatro Procópio Ferreira, em São Paulo, com a peça Minhas sinceras desculpas. “Queria terminar nosso papo implorando para todos assistirem”. Recado dado.

Você escutava Queen? Não, minha mãe ouvia no carro. Mas nunca procurei saber do Freddie Mercury, nem para compor o personagem. Foi meio por acaso. Quem deu o nome foi o Bola, do Pânico. Eu coloquei o bigode, ele riu e disse: “Olha o Freddie Mercury prateado”.

Esperava tanto sucesso? Não espero nada da minha vida, nunca.

Você se considera um mau ator? Me considero. Me considero não: sou um péssimo ator! É fato. Péssimo comediante e humorista.

Quais são as suas referências? São meus mestres Beckett, Ionesco, Joyce, Duchamp... A dramaturgia pós-guerra é a minha preferida. Isso me ferra completamente, eu preferia ler outras coisas. Sou uma mistura de tudo que vi, não sou nem um pouco original.

Você é uma pessoa triste? Muito triste. E sou feliz por ser triste, a tristeza me dá a concentração.

Mas você fica em estado depressivo? Muito. Durmo muito pouco.

Uma metamorfose ambulante? Eu mudo de um dia pro outro. Dou entrevista e depois me arrependo do que eu disse. Mas o ser humano que não muda de opinião é burro. Mudo de opinião toda hora.

Seus personagens têm a ver com essa metamorfose? Talvez. Na televisão é tudo muito descartável, é cruel. Quando você manda bem num domingo, vai embora e acabou. Vai ter que se virar e fazer outra coisa na semana seguinte. É como fazer a barba. Vai ter que fazer de novo.

Você acompanhou a Sabrina numa experiência no Santo Daime com ayahuasca? Sabia que você ia perguntar isso... Você tem cara do Santo Daime! Foi a Sabrina que tomou a iniciativa. Eu nem sabia o que era. Cheguei lá com muito medo. Fiquei muito mal, ficou tudo escuro.

Você seguiu os preceitos? Fazer abstinência sexual, não comer carne durante três dias... Segui. Não fui lá fazer uma piada, mas achei muito ruim. Tudo que me tira a sobriedade me deixa muito mal. Você tá mais pra careta ou psicodélico? Meu adjetivo maior é careta. Eu não gosto de viajar muito, eu já viajo muito. Qual dos seus personagens te agrada mais? Nenhum. Não acho nenhum personagem meu do caramba.

“Eu beijo homem na boca. Ali eu sou gay. Eu e o Carioca”

Mas, no caso do Serginho, você superou o personagem original. É porque eu não sou o cara. Eu peguei um tipo. Foi do acaso.

Tem preconceito com o seu personagem? Não, nenhum. Eu beijo homem na boca. Ali eu sou gay. Eu e o Carioca. Mas, às vezes, o Carioca fala: “Nossa, tô ficando de pau duro aqui”... É uma forma de ele fazer graça, dar uma quebradinha. Pra você também se autoafirmar um pouco, senão você acaba virando veado.

Você aprende muito com o Carioca? Ele é um mestre? Muito. Com o Carioca, o Bola, o Emílio. Com todo mundo do Pânico.

Dentro da estrutura do Pânico, o Emílio é o maestro? O Emílio é um conselheiro, mas acima de tudo um grande manipulador. É o amigo e o inimigo, está sempre um passo à frente. Quando ele percebe que o seu personagem está funcionando, logo fala que não vai durar muito.

Da onde veio o Ursinho? O Emílio viu um vídeo de um programa de televisão inglês que tinha um ursinho, e me mostrou. Um domingo eu cheguei e a poltroninha estava pronta. A primeira vez que eu fiz a voz foi ao vivo, nem o Emílio tinha ouvido ainda.

E quais são os mantras do Ursinho Gente Fina? O importante no humor é você estar um passo à frente do seu público. Ser previsível demais ou muito imprevisível. Eu desenvolvo o Ursinho ali. Só falo frases e expressões pequenas, porque não tem mais o que ser dito. E falo “Comam Danone”, ou “Hoje eu comprei um pote”. Um pote de quê? “Não sei, um pote.” Coisas que as pessoas não estão acostumadas a ouvir. Não tem uma linha de raciocínio lógico. É sem lógica, sem querer fazer uma piada. Você opta pelo mais simples... Você já levou patada? A gente tinha uma brincadeira ridícula de pedir autógrafo para as celebridades com uma caneta que dava choque. Um dia uma atriz tomou o choque e ficou muito chateada. E eu não soube o que fazer. Fiquei no cantinho, olhando tristinho. E foi pro ar assim. Três matérias depois encontramos ela de novo. Eu peguei uma violeta que tinha num canteiro perto e dei pra ela, pedindo perdão. E a gente fez as pazes. E foi tudo pro ar. É importante cair. Eu acho que o público não gosta de quem é fodão.

“Eu juro por Deus. A terra onde é Chernobyl era da minha família”

CQC é fodão? CQC é fodão. Todo mundo ali é fodão. E o mais engraçado do CQC é quando algum deles se fode. O público quer ver você se ferrar. Chaplin é isso. Keaton é isso.

Mudando de assunto, quais são suas origens? A minha bisavó era russa e judia. Ela tem uma história... O pai dela era dono de Chernobyl Eu vou fazer um filme lá sobre a minha bisavó. E vou ganhar um Oscar.

O Pânico sabe disso? Não. Uma vez eu contei na minha aula de história, e a professora riu de mim, falou que eu era mentiroso. Fiquei com fama de Chernobyl no colégio. Tô acreditando agora. O governo russo não aceitava que um burguês tivesse mais dinheiro que o Estado. E a terra dele valia muito dinheiro. Então prenderam ele e tomaram suas terras. Minha bisavó me contava isso. Ela tinha 18 anos, fez um fundo falso num trem e viajou embaixo dele, na Segunda Guerra Mundial, da Rússia até longe pra caralho. E foi a pé da Suécia até a França. Ela foi ainda a primeira mulher que vendeu cinta-liga no Brasil.


http://www.youtube.com/watch?v=VM1ODt5XUss&feature=player_embedded

Aloka ha ha!


Hoje me bateu uma saudade do Serginho, não sei, mas gostava tanto de ver o Edu o imitando, achava sensacional (como todas as suas imitações). Assim como todos seus personagens que já se foram, nos deixa com um gostinho de quero mais, de querer muito mais! Essa é a idéia do Edu, fazer com o que seus personagens sejam lembrados com saudades. E ah, ele consegue!

Homenagem ao segurança Toninho.


Quem não se lembra do Freddie Mercury e o ''mistério de Toninho."?
Quem não chorava de rir com o Prateado tentando fazê-lo rir?
Vamos sentir falta!

Professor Tititica responde mais uma vez.

sábado, 13 de novembro de 2010

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Histórico.



No dia (6/11), Eduardo Sterblitch concedeu uma entrevista ao Jô Soares (quanta honra, não?) Do Jô, é claro! risos.
Em uma entrevista história, cotada com uma das melhores já feitas pelo Jô e a que ele mais riu. Edu Sterblitch contou sobre sua tragetória até hoje, sobre seu passado e também sobre sua peça "Minhas Sinceras Desculpas." Nunca nenhum humorista tinha repercurtido tanto em uma entrevista ao Jô, muitas pessoas que não o conheciam, ou tinham uma imagem errada em relação a ele, mudaram suas idéias, e viram o "Puta talento" que ele tem (palavras do Jô).
Palavras de fã orgulhosa: Que sensação maravilhosa poder acompanhar seu ídolo crescer e ouvir tantas coisas boas ao seu respeito! Como eu me orgulho com ele, como ele me enche de alegria!
Pra quem não viu:

http://programadojo.globo.com/programa/2010/11/05/eduardo-sterblitch-fala-sobre-%E2%80%9Cminhas-sinceras-desculpas%E2%80%9D/


"Minhas sinceras Desculpas."

nformações: (11) 3083-4475

http://cesarpolvilho.virgula.uol.com.br/teatro/

Gabri Herpes recebe Tico, Edward Cullen e outros.